Desenvolvido pelo Banco Central do Brasil, o PIX é uma nova solução de pagamentos que tende a se tornar uma nova realidade na rotina de muitos brasileiros, agilizando as transferências de dinheiro.
Quer saber o que é esse software e como ele funciona em detalhes? Então, não deixe de ler esse artigo até o fim!
“Em linhas gerais, podemos definir o PIX como uma nova ferramenta de pagamentos que tem como proposta tornar mais ágil as transferências de dinheiro entre dois agentes.”
De maneira resumida, podemos entender esse recurso como uma nova forma de transferência, somando-se ao TED e ao DOC. A data de lançamento do PIX é o dia 16/11/2020.
Conforme já mencionamos, essa solução é uma marca do Banco Central do Brasil e poderá ser usada por bancos e fintechs em suas plataformas de autoatendimento.
De acordo com o próprio BACEN, 644 instituições financeiras já estão preparadas para iniciar o cadastramento das chaves dos usuários. Algumas delas já iniciaram um pré-cadastramento.
Quanto à sua utilização pelos usuários, ela poderá ser empregada em diversos tipos de transações monetárias, envolvendo pessoas físicas ou jurídicas.
Entre os diferenciais do PIX, temos o fato de ele permitir pagamentos de maneira instantânea, sem a necessidade de intermediários.
Em outras palavras, ele possibilita as transferências de valores entre recebedores e pagadores em tempo real.
Ademais, ao contrário dos bancos, o PIX poderá ser usado em qualquer dia ou hora, independentemente dos dias e horários do expediente bancário.
Isso significa dizer que os usuários poderão fazer transferências de valores 24 horas por dia, 7 dias por semana, seja em dias úteis ou em feriados.
Com a criação do PIX, o Brasil entra de vez em uma nova era, na qual o paradigma são os pagamentos eletrônicos instantâneos.
Uma das pesquisas que apontam a força dessa nova tendência foi conduzida pela empresa de consultoria Boanerges & Cia.
De acordo com esse estudo, a maior utilização dos pagamentos eletrônicos fará com que a porcentagem de transações feitas em dinheiro seja de apenas 15% em 2030.
Ademais, as transferências instantâneas já são uma realidade em mais de 50 países. Em algumas dessas nações, elas já são um tipo de operação bem consolidado, com ampla aderência por parte da população.
De acordo com informações do site eMarketer, somente em 2018, foram registradas cerca de 80 milhões de transações eletrônicas instantâneas, somente nos EUA.
Os americanos usufruem desse serviço existe desde 2017 e, desde então, o número de transações feitas com ele não para de crescer.
No Brasil, a tendência é que o sucesso do PIX também se concretize, à medida que a população perceba as vantagens do uso desse novo recurso.
Mas, afinal, o que diferencia o PIX das formas de transferência de valores já praticadas pelas instituições bancárias? A seguir, mostramos alguns dos diferenciais desse novo recurso.
O custo do PIX será de R$ 0,01 a cada 10 transações. Esse valor é bem inferior ao cobrado por operações feitas mediante TED ou DOC.
“Com o PIX, a transferência de valores ocorre em até 10 segundos. Portanto, bem mais rápido do que as transferências feitas por TED (até 1 hora) ou por DOC (1 dia útil).”
Ao contrário do DOC, o PIX não terá limite de valores. Os usuários poderão transferir quantias superiores a R$ 5 mil de maneira instantânea, sendo essa uma alternativa ao TED.
Pagadores e recebedores que utilizam o PIX recebem notificações confirmando as transferências ou avisando sobre possíveis problemas. Nos casos de operações de DOC e TED, as partes não são notificadas.
Os usuários de internet bankings e os clientes de fintechs terão acesso ao PIX, haja vista que essa solução deve ser integrada a plataformas e apps de bancos e fintechs.
O PIX coloca o cliente no centro, desburocratizando os processos de transferência bancária. Entre os objetivos dessa solução, podemos mencionar os seguintes:
Nesse tópico, vamos explicar quais são os principais agentes das operações que serão permitidas pelo PIX. Acompanhe!
Pagador
O pagador é o agente responsável por efetivar a transferência ou o pagamento de determinado valor.
Recebedor
Já o recebedor é a pessoa física ou jurídica que recebe os valores transferidos por um pagador.
Participante direto
Os participantes diretos são as instituições financeiras que possuem contas conectadas à infraestrutura de liquidação do Banco Central.
Participante indireto
Nessa categoria, enquadram-se as empresas que oferecem serviços bancários sem possuírem contas no Banco Central, utilizando bancos e outros participantes diretos para realizar as liquidações financeiras.
Infraestrutura única de liquidação
Conforme já mencionamos, o PIX é administrado e mantido pelo Banco Central. Todas as operações realizadas por meio dessa solução ocorrem na infraestrutura do BACEN.
Provedor de serviço
Esse agente são os softwares e instituições bancárias onde os usuários mantêm contas.
Para entender melhor como vai funcionar o PIX, precisamos explicar qual é o lugar de cada um dos agentes que indicamos no tópico anterior nas transferências e pagamentos.
Tudo começa com o pagador, que solicita a transferência ou pagamento aos provedores de serviços de pagamento (que podem prover serviços de iniciação de pagamentos ou contas transacionais).
Do provedor, a solicitação do pagador pode ir diretamente para a infraestrutura de liquidação do BACEN mediante as instituições que mantêm contas nessa mesma infraestrutura (participantes diretos).
Outra forma de as transações chegarem até o BACEN é passando pelos participantes indiretos. Nesse caso, o caminho da solicitação deve passar também pelos participantes que mantêm contas no Sistema de Pagamentos Instantâneos.
É importante ressaltar que isso não impacta no tempo necessário para a realização das transações. Nos dois casos, as transferências e pagamentos são realizados em apenas 10 segundos.
Do BACEN, os valores transferidos chegam aos bancos de destino e, em seguida, para as contas dos recebedores.
Agora que você já sabe o que é o PIX e como ele funciona, podemos explicar como podem ser realizados os pagamentos pelo PIX. Isso pode ser feito de 3 formas distintas, que explicaremos a seguir. Acompanhe!
Near Fiel Communication (ou “Comunicação de Campo de Proximidade”) é uma tecnologia que permite a troca de dados entre diferentes dispositivos por aproximação, sem a necessidade de interconexão por cabos.
Integrada ao PIX essa tecnologia permite que sejam realizadas transferências somente com a aproximação de dois aparelhos, sem a necessidade de preenchimento de formulários.
Os usuários do PIX também poderão fazer pagamentos com QR Codes de dois tipos: o estático e o dinâmico.
“Esses códigos poderão ser enviados pelos recebedores para o e-mail ou o WhatsApp dos pagadores, evitando o compartilhamento de informações como CPF e números de contas.” Veja como eles funcionam abaixo!
QR Code estático
O QR Code estático pode ser usado para transações diversas de um mesmo valor, facilitando pagamentos com preços fixos.
QR Code dinâmico
O tipo dinâmico, por sua vez, serve para transações com valores diferentes, quando os preços das transações mudam. Ademais, os usuários desse QR Code podem inserir outras informações relevantes acerca das transferências.
Resolvemos dedicar um tópico especial para às chaves do PIX devido à sua importância.
“Embora não seja obrigatório, o cadastramento dessas chaves torna os processos de transferência muito mais fáceis, funcionando como uma espécie de atalho para a localização das contas no PIX.”
Explicando de outro modo, podemos dizer que as chaves nada mais são do que informações pessoais que são ligadas às contas.
Os usuários podem utilizar endereços de e-mail, CPF, números de telefone ou por meio de um código aleatório conhecido como EVP.
Essas 4 chaves podem ser usadas por um único usuário, uma para cada banco. Os usuários podem, ainda, solicitar a portabilidade das chaves. Ou seja, é possível desvincular uma chave de uma conta para colocá-la em outra conta.
Os cadastramentos de chaves já poderão ser feitos pelos clientes das instituições financeiras a partir do dia 05/10/2020.
Conforme já mencionamos, o PIX poderá ser usado para fazer transferências nas mais diversas situações, independentemente do tipo de pessoas jurídicas envolvidos nessas transações.
Abaixo, listamos os tipos de transferências que podem ser realizados por meio do PIX.
Diante de todas essas possibilidades, podemos inferir que o PIX trará uma série de impactos ao mercado de serviços bancários. A seguir, indicamos que impactos serão esses. Acompanhe!
Com a possibilidade de realização de transferências instantâneas entre pessoas físicas e lojas, a função débito dos cartões pode se tornar obsoleta. Ou seja, o PIX poderá trazer impactos para as empresas que administram bandeiras de cartão.
Com a redução do uso de cartões, os lojistas poderão reduzir o uso das maquininhas, o que pode fazer com que empresas desse setor procurem formas de inovar os pagamentos.
Com a maior facilidade das transferências eletrônicas, o Governo Federal espera diminuir a necessidade do dinheiro em espécie, o que deve gerar economia nos gastos com a emissão de cédulas.
O PIX também deve incitar o mercado de soluções de pagamento a procurar inovações. Por exemplo, é possível que startups venham a criar novas aplicações com funções de crédito que tornem obsoleto o uso de cartões.
Além de propiciar mais comodidade aos usuários dos serviços bancários, o PIX reduzirá o preço das transações, o que pode levar as empresas a oferecerem descontos mais agressivos a seus clientes.
De acordo com um levantamento da Morgan Stanley, somente em 2019, os bancos brasileiros lucraram cerca de R$ 2,2 bilhões com as operações de DOC e TED. Com o PIX, esse lucro deve diminuir consideravelmente.
O PIX também surtirá efeitos na vida da população desbancarizada. Para se ter uma ideia desse impacto, dados de uma pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva apontam que 45 milhões de brasileiros não possuem contas bancárias.
De fato, com a possibilidade de adesão das fintechs e os baixos custos das operações realizadas mediante o PIX, a população poderá ser mais facilmente incluída no sistema bancário.
Do lado das empresas, o PIX deve estimular disputa por desbancarizados, o que tende a gerar uma grande oferta de serviços bancários diferenciados para as classes C e D.
Aliás, a inclusão é um dos pilares da agenda do Banco Central do Brasil, juntamente com competitividade, a transparência e a educação financeira. Ao que parece, o PIX resume bem essa filosofia.
Para concluir, podemos dizer que essa tecnologia veio para ficar. Nesse novo contexto, as empresas do segmento de soluções de pagamento deverão buscar formas de inovar seus produtos para se manter vivas no mercado.
Essa busca constante por inovação fará com que a experiência dos usuários de serviços bancários melhore a cada dia, trazendo mais praticidade e rapidez para as operações financeiras
E você, o que acha de todas as vantagens que serão proporcionadas pelo PIX? Compartilhe com seus amigos e Comente!
Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Contadores (Abaco) em 2022, com 1.500 empresas, e outra pesquisa realizada pela PwC em 2022, com mais de 1.000 empresas brasileiras, revelaram que 85% das empresas gostariam de simplificar sua contabilidade.